Comitê de Combate à Corrupção recebeu mais de 1.400 denúncias no Pará

Com o final do segundo turno das eleições municipais 2008, o Comitê Estadual de Combate à Corrupção Eleitoral contabilizou 1.476 denúncias. O número é menor do que as 2.048 registradas pela entidade, vinculada à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). No entanto, a coordenadora dos trabalho no Pará, a religiosa Henriqueta Cavalcante, afirma que as queixas deste ano têm o diferencial de uma triagem mais rigorosa do comitê e provas concretas sobre os infrações ocorrida durante todo o processo eleitoral. Belém, Ananindeua e Santa Izabel. A maioria das irregularidades diz respeito ao uso da máquina pública na campanha dos candidatos à reeleição.

COMBATE À CORRUPÇÃO ENDÊMICA NOS MUNICÍPIOS

Com pouco mais de dez comitês locais de combate à corrupação, irmã Henriqueta ressalta que o trabalho no Estado todo conseguiu uma visibilidade maior este ano, atingindo outras cidades. E tanto é assim que os membros da entidade se surpreenderam com o volume de queixas vindo de Quatipuru, Barcarena, Nova Timboteua e Aveiro.
O material foi encaminhado ao procurador regional eleitoral, Ubiratan Cazetta. Segundo a coordenadora do Comitê, a qualidade das denúncias também foi um elemento marcante neste ano. Além de maior cautela na hora de recebê-las, houve registro de queixas com provas concretas sobre os delitos. Documentos, filmagens, gravações, fotografias e outras evidências foram anexadas e devem ser decisivas nos processos encaminhados à Justiça Eleitoral.

FRAUDE ELEITORAL

Em algumas cidades, o comitê está apoiando iniciativas da população para anular o pleito. Monte Alegre e Bragança são dois municípios em que há irregularidades, como suspeita de fraude devido aos problemas nas urnas eletrônicas e compra de votos. 'Em Monte Alegre , a população encaminhou um abaixo-assinado com mais de 4 mil assinaturas pedindo que a eleição seja anulada. Iniciativas desse tipo, vamos apoiar', diz a freira.

DISQUE-DENÚNCIA

Irmã Henriqueta informou que os números apurados no Disque Denúncia demonstram que a sociedade civil organizada fez sua parte neste ano. 'Fizemos o papel de fiscalizadores das eleições. Não poderão acusar a população de ter sido omissa nessa função. Apontamos onde estão os erros. Agora queremos também que a Justiça faça a sua parte. Nós, cidadãos, esperamos por isso', destaca.
***Fonte: CNBB
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