terça-feira, maio 16, 2006

PF e MPE investigam “rombos” na Assembléia Legislativa de Rondônia

O superintendente da Polícia Federal em Rondônia, Joaquim Mesquita, confirmou ontem (15/05/2006): nos próximos 60 dias a PF poderá concluir os inquéritos instaurados para investigar as denúncias sobre eventual formação de quadrilha; caixa-2; sonegação fiscal; lavagem de dinheiro; empreguismo ou nepotismo; peculato; corrupção; compras superfaturadas e sucessivos desvios de verbas públicas, num total que seria superior a R$ 70 milhões, conforme informou um integrante do Ministério Público à Rede Globo de Televisão, e variadas tipicidades delituosas, teoricamente praticadas por altos funcionários da Assembléia ou por alguns deputados estaduais. O Ministério Público do Estado-MPE instaurou onze inquéritos civis públicos para investigar os sucessivos escândalos na Assembléia.
Entre os beneficiários do esquema da “folha suplementar” ou “complementar” da “Casa do Povo”, senão reduto de seres do outro mundo, neste mundo, ou assombroso desafio à Física e Metafísica, simultaneamente, figuram nomes de alguns proprietários de jornais eletrônicos ou sites. Alguns nunca cumpriram expediente na Assembléia. Recebem dinheiro de vários órgãos públicos, através do esquema de “recibados” ou através de operações triangulares e publicidades veiculadas nos sites, numa espécie de afronta ou violação de expressos dispositivos da Constituição Federal-CF legislação em vigência no Brasil. Outros, também beneficiários da folha de pagamento dos “fantasma”, estiveram custodiados nos presídios de Ji-Paraná e no “Urso Branco”, em Porto Velho. Estes foram presos em flagrante, acusados da prática de extorsão e estelionato, conforme consta em inquéritos policiais e ações penais movidas pelo Ministério Público ou por vítimas, em duas comarcas de Rondônia. Uma fonte informou: “entre os beneficiados com a folha suplementar ou complementar existem nomes de aposentados pelo INSS; sócios de empresas particulares, que prestam serviços à agência publicitária contratada pelo governo estadual; pessoas que recebem dinheiro de prefeituras e de vários órgãos, constituindo acumulação ilegal de vencimentos ou remuneração. Alguns que recebem dinheiro na condição de recibados não podem estar em vários locais, simultaneamente, porque não possuem o dom da ubiqüidade”, denunciou a mesma fonte. Há mais de um ano a Rede Globo exibiu as imagens de uma grupo de deputados exigindo do governador Ivo Cassol (PPS) o que seria pagamento de propina, no valor de R$ 50 mil, em troca de apoio nas votações da Assembléia Legislativa de Rondônia.